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Um alvo.

Felicidade,
Cercada de inveja
Não se pode vê-la em ação
O desejo de se ter toma conta
Incessante no admirador em questão
Ele toma para si a vontade de encerrar
E acaba pela felicidade alheia enterrar

Felicidade
Uma conquista.

Felicidade
Um alvo.

Dia na praça

Vejo a sombra engolir a praça
O doce vento do verão
Refrescando todos aqueles
Que se escondem da escuridão

Os transeuntes transitam pelas pedras desordenadas da praça
Saindo de seus empregos; percorrendo os retângulos
Degustando de suas taças; abraçando-se em pranto

A estátua a Osório me observa
Avaliando minha escrita
Avaliando minhas ações
Observando aqueles que insistem nas discussões

Loucos louqueando
Gritam em meio ao silêncio
Desarmonia com a flauta a tocar
Desarmonia com o poeta a pensar

Agrura bilateral

Desculpe, pronunciou a pequena menina
Tudo bem, não há com o que se preocupar
Arrisquei à acalmar, um simples ato de abraçar
Tarde demais, contra o vento agora corria

Cacos de um vaso aos pedaços cobrem os meus pés
Memórias encastoadas em diversos pedaços
Almas perdidas na guerra de "Mount Parnassus"
Como ei de saber de qual alma o pedaço és?

Guerras internas com agrura bilateral
Forma de frustar os próximos do coração
Leis impostas pelo mais hediondo tribunal

Desleais que me deixaram apenas frustração
Amargura de um falso ser celestial
Sobrevivente a uma vil dissimulação

Sonhos e pesadelos - Lembranças de uma vida.

A ideia de ver teu rosto, ver teu sorriso, ver tuas roupas. A ideia de escutar tuas palavras, olhar nos teus olhos, tocar na tua pele. Ideias e vontades que costumam me atormentar antes de entrar no mundo dos sonhos. Ideias que eu tento controlar, tento manipular, simples ato de engaiolar.

Sofro com a ideia de ter que me afastar, criar barreiras, talvez, até, te matar. Sofro com minhas lembranças de um passado distante, em que nós éramos felizes, e deixávamos tudo em nossa volta perfeito. Sofro com as mágoas que causei, com os erros que cometi e com as ilusões que invoquei. Sofro por não te ter mais perto, por não poder mais te tocar.

Recordo-me de quando dissestes que não se afastaria, que eu era importante, que minha amizade era, de certa forma, relevante. Hoje nós não nos falamos. Deixamos de cumprir promessas feitas de forma involuntária. Para quê? Para apenas um dos lados ficar se martirizando com os fantasmas do passado? Para apenas um dos lados ficar se martirizando com imprecisão do futuro? Para quê?

Não devia ter me apegado. Eu não devia ter idealizado.

Agora, deitado novamente em minha cama, começo a relembrar antigas discussões, antigas conversas, antigos abraços, antigas ideias. Nada disso possui um sentido, não sei por que sismo em recordar, não sei porque tu ainda é importante para mim. Mais uma marca, mais uma cicatriz em minha alma.

A realidade começa a se misturar com o desconhecido. Os sonhos começam a me engolir. Morfeu finalmente chegou. O que me espera esta noite? Sonhos ou pesadelos? Lembranças de uma vida.

Labirinto de sonhos e loucura - parte dois - O Duelo

Kunquat: Pegarei minhas armas e destruirei as paredes que sismam em me cercar; e, caso não haja saída, usarei todos meus recursos e criarei uma.

Guto: E quem sabe o que há por trás destas paredes?

Kunquat: A vida é uma noite escura, ninguém sabe o que acontecerá ao dar mais um passo. Por isso que ela é interessante.

Guto: Se nós soubéssemos, que graça teria? Se não existissem as perguntas ninguém descobria as respostas que nos formam no presente. É o sentimento de incerteza que nos mantém alerta, ele que nos mantém vivos.

Kunquat: O mundo não existe para frente, apenas para trás. O que há em nossa frente é um mistério, uma incógnita devido ao escuro, ao borrão que se faz presente. O que há para trás é o iluminado, o caminho já traçado, o conhecido. O maior problema da vida é ficar parado, esta não é uma opção. Quando parados, nossa mente transita por estes dois lados, o escuro e o iluminado, ela mistura as cores, enlouquecendo o corpo e a psique. Nossa mente nos traí. Por isso não podemos parar, devemos sempre perguntar e traçar um novo caminho.

Guto: Ficar parado a beira de um passado de traumas é a receita para a loucura. O tempo nunca para, mas algumas pessoas param o tempo. Estas pessoas param de evoluir enquanto uns aproveitam para apagar antigas marcas, criando novos momentos, nem que sejam momentos que, quando unidos, criem uma nova maneira de viver. Estas que aproveitam o tempo redescobrem-se, vivem uma nova vida, novas ideias, descobrem um sorriso ao acordar toda manhã. Um sorriso de esperança de alguém que perdeu este sentimento há muito tempo.

Kunquat: Somos como uma Fênix, não importa quantas vezes tombemos, sempre renasceremos de nossas cinzas, de nossos traumas. Renasceremos mais fortes, com mais coragem, com mais determinação. Renascemos para re-enfrentar o mundo, para re-encontrar as belezas perdidas entre as nascentes caóticas e as paisagens bucólicas. Renascemos para voltar a sorrir, talvez em um ciclo individual, talvez em forma de um casal.

Guto: Nunca é tarde para darmos uma nova chance quando podemos aprender com os erros do passado. Não precisamos de um motivo para acordar toda manhã, mas precisamos saber que podemos encontrar um, um sonho ou um alguém. Sempre é tempo de recomeçar a busca por sua razão de vida, pelo que vai te fazer feliz. Não importa quanto tempo dure, pode ser entre dias quentes, semanas chuvosas, ou nas piores semanas do inverno, quando você se sente sozinho.
Saiba que não vai se arrepender de continuar lutando para criar sua nova história e contribuir para as histórias paralelas. Já que, mesmo não estando em um relacionamento, não estamos sozinhos, sempre podemos encontrar apoio para que continuemos todo dia com esta exaustiva tarefa de viver, guardando todas as memórias felizes que vivenciarmos. Junto, é claro, dos momentos tristes, pois a vida é como uma tempestade, sempre há um lindo nascer do sol após as trevas.

Kunquat: Por mais que erre os diálogos em cima do palco, por mais que a tempestade arranque parte de suas posses, o publico sempre aplaudirá, e a calmaria sempre aparecerá. Momentos turvos precedem a calmaria. Dor e agonia serão substituídos por amor e alegria.
Sempre estaremos aqui, renascendo das cinzas, quebrando as paredes, erguendo-se da loucura, esquecendo os traumas e esperando o sol nascer. Sempre teremos outra chance, talvez agora, talvez depois, mas não se esqueça, não fique parado, ainda há muito o que explorar.

Persona

Vivo um personágem ficticio
A cada dia atribuo novas características
À ele devo minha vida
Meu salário vêm de seu suor
Minhas histórias vêm de seus pensamentos
Pena que interpretá-lo
Doa.

Preso em um quadrado de memórias homicidas

Cercado por paredes brancas
Não há chão, não há teto
Não crio raízes
Minha imaginação voa

Arames farpados impedem minha saída
Escapo por aberturas maiores e menores
Mas há quanto tempo estou aqui?
Será que já virou rotina?

Lembro de um tempo que não era tempo
Sentimentos
Vivendo uma vida que não era vida
Devaneios

Lembranças de um passado inconcreto
Sufocam-me, apagam-me
Sequestram-me de um mundo em perdição
Não tenho como ser discreto

Grito em meio a penas de gansos
Fujo de algo que vive dentro de mim
Resgato, revivo, choro.

Preso entre quatro paredes
Tentando suicídio sem o chão
Revivendo minhas emoções perdidas
Convivendo com memórias homicidas

Internar

Não sei o que quero
Não sei o que fazer
Penso tanto em algo incerto
Duvidando de minhas capacidades

Escolhas devem ser feitas
Mas como saber o que fazer
Para o resto da vida
Todo o dia
A toda hora
Muita pressão
O que pensar
O que dizer
Internar

Penso em muitas profissões
Música, biologia
Teatro, psicologia
O que escolher?

Como construirei um futuro
Não sei por onde começar
Dúvidas mundanas
Devo estudar

Mas pra quê?
Se estudo os livros
A vida me cobra outro estudo
Se estudo pela vida
A prova me cobra outro assunto

Sei fazer escolhas
Não sei quem é Fernando Pessoa
Me esqueci como fazer logarítimos
Sou cobrado por uma coisa que não uso

Sou inteligente
Mesmo tirando notas baixas
O papel não mostra minha capacidade
Mas quanto eu decorei

Então o que devo fazer?

Homens da Taberna

Os grandes poetas permanecem nas tabernas
Vivenciando atos incompreendidos e invisíveis para a humanidade
Álcool, taças, traças, pequena grande bebedeira

Versos criados enquanto emoções se rebelam
Cavalos cavalgam selvagemente em cima das comidas
Fome que sacio ao criar este conjunto de letras
Emaranhado de ideias e gestes incompreendidos
Conjunto de sons articulados que ecoam no vácuo de meus pensamentos

Fujo da realidade através desta taberna
Fujo dela repetindo o caos que vivo em meu papiro
Fujo comendo e bebendo, perdendo tempo com o que gosto
Escapismo

Mármore gelado que encontra o meu tato
Aroma precioso que morre em meu olfato

Pessoas entram e saem, me olham
Não me compreendem
Podia estar trabalhando em algo mundano
Prefiro ver o tempo correr e sobre isso escrever

Em breve todos enterrados estarão
Nas areias do tempo
Afundados em um caixão

Mas meus versos intactos estarão
Sendo traduzidos, apreciados, compreendidos, queimados
Grandes mestres me inspiram
Futuros poetas me admiram

Esqueço que sozinho cá estou,
Neste ambiente gelado
O gás de minha bebida,
levemente fermentada
Estoura em meu corpo
Luzes baixas reconfortantes
Mais uma noite
Um encontro de amantes

Tarde
Hora de fechar.

Máscara, Quando perderá?

Quantas faces tens a me mostrar?
Quais mentiras contas a ti?
Quantas máscaras você carrega?
Quando mostrarás tua verdadeira forma?

Caminhamos pelo inconsciente
Passos largos
Reações inconsequentes
Que caia tua máscara

Sofrimento oculto
Diga-me quem você és
A procura de um sentido
Mostre-me sua face
Mundo vencido

Data inválida
Choras por dentro
Ninguém vê
Cobres com a máscara

Não conhece a ti
Não conhece os outros
Não sabe o que fazer
Muito menos responder

Quando perderá
A pequena máscara
Que insiste em carregar?

Animalia

Hoje espero sonhar nas emaranhadas linhas de raciocínio
Espero ver as rosas abrirem e exalarem seu perfume superficial
Enquanto minhas aves me guiam pela escuridão em declínio
E minhas feras cuidam de meu problema carnal

Assim como o Lince, desejo aprender e manter
O silencio que deveria ecoar após o saber
Desejo que os sonhos que guarda
Possam fazer parte de mim

Os novos Dragões que guardam assim
Toda a realidade, longe da ilusão
Com seus novos corpos, as Libélulas
Purificam a mente daquele ser repleto de imaginação

Em busca pelo futuro só posso apelar ao Cisne
Que com seu vôo suave e corpo gracioso
Atravessa a dimensão dos sonhos e transpassa os planos da consciência

Grande Espírito que guia cada animal ao seu plano espiritual
Tenha aflição com aqueles humanos supérfluos
Eles tendem a destruir o que é mais sagrado
Assim como as rosas murchas, deixe que eles caiam em seu mundo imaterial

Lince, Cervo, Tamandua, Cachorro, Corça
Seres de eterno dons e beleza
Entrem em meus sonhos e façam deles vossa fortaleza

Terra Silenciosa

Esta é uma terra silenciosa
Onde todos são iguais
Esta é uma terra silenciosa
Onde todos têm princípios, mas não tem regras
Esta é uma terra silenciosa
Onde milhões morrem e ninguém se importa
Esta é uma terra silenciosa
Este é uma terra que construímos

Esta é a terra do silencio
Uma terra para enfrentar a sua dor
Esta é a terra do silencio
Uma terra para você, mas não para mim

Tudo que você precisa é
fantasia e alegoria
Tudo que precisamos é
realidade e dignidade
Tudo que você precisa é
fantasia e mitologia
Tudo o que queremos é
Esconder e emudecer

Esta é uma terra silenciosa
Onde toda "f" é perigosa
Esta é uma terra silenciosa
Em que todos cantam, mas não falam

Tudo que você precisa é
fantasia e alegoria
Tudo que precisamos é
realidade e dignidade
Tudo que você precisa é
fantasia e mitologia
Tudo o que queremos é

Tudo que você precisa é

Tudo que você precisa é
fantasia e alegoria
Tudo que precisamos é
realidade e dignidade
Tudo que você precisa é
fantasia e mitologia
Tudo o que queremos é
Esconder e emudecer

Cinema Bizarre – The Silent Place (Portuguese Edited Cover)

[This is the silent place
A place to face the agony
This is the silent place
A place for you but not for me!]

Tudo é uma grande piada.

As pessoas sempre cometem erros. Estudam o passado para errar no futuro. Estudam o futuro para esquecer o passado. Definam presente, mas se esquecem que o presente já é passado. Constroem coisas grandes e coisas pequenas, coisas gigantes e coisas minúsculas. Constroem bombas para mostrar força e plantam árvores para mostrar paz. Destroem para conseguir espaço e matam para conseguir fama. Secam lagos sem querer e inundam terras por querer. Suicidam-se para viver e cometem genocídio para lucrar. Gastam para sorrir e brigam para deprimir. Fazem reuniões para decidir e bloquear informação pública.
Algumas pessoas têm problemas com seres-humanos. Outras têm problemas com o desrespeito com a natureza. E outras, não suportam ambos. Mas no final, tudo não passa de uma grande piada.

O Passado