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Ser alguém

Esse sou eu. Não você. E a pior parte é que você não pode ser eu. Você não deve ser eu.
Eu sou aquela pessoa que sabe destruir, que sabe onde estão os seus pontos fracos e que, se for necessário (se eu julgar necessário), usará isso a meu favor. Fazendo o máximo para destruir o "inimigo". Entretanto, sou aquele que mede seus atos, tendo conhecimento das consequências. Sei como tudo acabará e tenho resistência para suportar. Sou uma pessoa sozinha, que vive com os outros por não ter para onde correr. Você realmente está preparado para isso?

Um alvo.

Felicidade,
Cercada de inveja
Não se pode vê-la em ação
O desejo de se ter toma conta
Incessante no admirador em questão
Ele toma para si a vontade de encerrar
E acaba pela felicidade alheia enterrar

Felicidade
Uma conquista.

Felicidade
Um alvo.

inFeliz

Gostaria de conseguir escrever nos momentos felizes
Escrever tanto quanto escrevi no momentos tristes
Ter a inspiração que tive em meio as cicatrizes
Ter o proveito que tive junto aos infelizes

Este fora meu pensamento
A maior bobagem que já pensei

Sou um escritor
Sou músico
Um poeta
Sonhador

Escrevo aquilo que vivo
Vivo aquilo que escrevo

Uma via de duas mãos
Basta estar paciente
Para que a inspiração
Surja de forma aparente

Escuro

E então ele estendeu sua mão, buscando tocar a luz esbranquiçada entre as nuvens de algodão. O barulho insuportável dos carros na avenida atormentava os ouvidos sensíveis daquele adolescente; uma leva brisa passava por seu corpo, balançando seus cabelos, sua camisa, e fazendo os pelos de sua nuca eriçarem, arrepiando todo o corpo no processo.
Nada mais restava a fazer. A luzes, apagadas por eventos fora do controle pessoal, morriam aos poucos em frente a seus olhos. Chamas de pessoas com medo, chamas de enamorados, chamas de curiosos, chamas de luz.
Seu corpo, cansado devido ao calor, buscava uma forma de se esfriar, bebericando da pouca água gelada que restava em seu copo, esfregando sua testa com o pano de prato em seu ombro, sentindo o a brisa entrar por suas roupas e o abraçar. Arrepio.
O mundo parecia amigável naquela situação. Pessoas que não possuíam costume de ser falar, saíam pelas ruas em busca de outros curiosos, averiguando as possíveis teorias para o fim da amada luz. Carros andavam devagar, sem a típica velocidade diária, sem a típica pressa com a vida. Não existia mais congestionamento, o que era estranho aos olhos do sistema vigente, já que, com três luzes, tudo se controlava.
Ele olhava para a luz da lua com os olhos brilhando. Não queria estar onde está, não queria fazer o que estava fazendo. Ainda mais no escuro.

O que fazer em uma situação como esta? Não possuindo velas, sem ter eletrônicos carregados, sem ter como escrever, sem ter como compor e possuindo medo do escuro.

Sonhos e pesadelos - De tijolo a castelo

Como poderia alguém se importar com um ser como este?
Como poderia crer que dará certo com um ser como este?
Onde está sua esperança e força de vontade para um futuro melhor?
Saia de perto dele, não há nada a ganhar, se afaste de um ser como ele.

Eu não me importo
Podemos passar fome
Podemos sofrer com o frio
Termos que roubar
E tomar banho no rio

Podemos ir a falência
Cair no buraco mais fundo
E perder a sapiência

Mas não importa, não há um critério
Pois, com um ser como este
Construiremos um império

Sequelas de um passado.

É como estar sempre com uma pedra no sapato
Mas nunca se importar

É como ter certeza que com o convívio irá se irritar
Mas sempre perdoar

É estar sendo perseguido por algo que não se vê
Convivendo com algo que de fato se prevê

É ser atormentado pelo passado e massacrado pelo futuro
Criando ideias e hipóteses que o tornam obscuro

É ser movido por um sentimento abstrato sem espaço a reflexão
Apenas convivendo com aquele que alimenta a confusão

Um novo eu.

Pequenos atos e uma mudança profunda no ímpeto de uma pessoa
São coisas normais para outras pessoas, pequenas ações que julgam ser comuns
Mas que para mim foram coisas novas, de extremo significado

Estou feliz com o resultado
Estou feliz com a história a ser contada
Não por um certo número
Mas por uma certa liberdade

Liberdade
O "Foda-se"
O "Só vai"
O "Parar de se importar"

Este sou eu no momento,
Alguém livre de preocupações,
Alguém alheio as distrações

Cópia é morta

Hoje eu tive um sonho
Um sonho em que tudo acontece de cabeça para baixo
Um sonho que se transformou em uma tortura
Deixando todos, de certa forma, calados, imóveis, parados

Hoje ele morreu
Morreu por vontade do destino, nada tinha a executar
Morreu feliz, junto dos amigos, junto da diversão
Caiu de trinta e quatro andares, ao encontro do rijo chão

De ilusões

Vivo com base em uma esperança decadente
Convivendo com personas que julgo atraentes
Iludindo-me em prol de uma pseudo relação
Evitando, de fato, um caminhando de atuação

Perco-me entre pensamentos e formas de agir
Imobilizo-me, estático, sem saber como sair
Gasto tempo dialogando com as novas formas
Testando existências de novas plataformas

De caráter doentio
Conviendo com o eu
Morando no vazio
Enfrentando o sandeu

Mais alguns minutos.

Não é como se eu me importasse. É só que, depois de tanto tempo, depois de tanto permanecer em pé, eu, "finalmente", caí. Não tem porque se preocupar, em breve eu levantarei, mas deixe-me aqui por enquanto, está interessante.

Sinto saudades

Sinto saudades de tudo aquilo que vivemos
Do passado repleto de ensejos e do futuro repletos de desejos

Sinto saudades dos sorrisos vividos
Dos olhares pervertidos e dos gestos corrompidos

Sinto saudade dos ensaios
Das palavras faladas e das músicas cantadas

Sinto saudade de ti por inteiro
Sinto saudade...
Sinto falta...
Sinto falta de ti por inteiro.

E se a vida fosse assim? Como ela é, mas sem ser como deveria não ser.

E se a vida fosse apenas uma dança não dançada
Uma coreografia perfeita, exaustivamente ensaiada
Que no fim, ao palco, foi apresentada para o nada.

E se ela fosse uma peça sem atores
Com o roteiro atirado sobre o palco
As cortinas entre abertas, tapando o cenário
E o banheiro, com luzes acesas, repleto de talco?

E se fosse um diálogo sem sentido
Uma conversa entre o nada e o ninguém
Um caminho sem caminho
O algo indo em frente, seguindo o além

E se fosse apenas
Uma dança não dançada,
Uma peça não encenada,
Um diálogo não entoado,
Um mero caminho não desvendado

Mundos entre mundos

Em que mundo nós vivemos?
Em qual deles somos mais felizes?
Esta é a pergunta que me faço
Desde que entrei num mundo em colapso

Pergunto-me por quanto tempo eles durarão
Cada um, dentro de mim
Uma semana, dois meses, três dias, enfim
Uma eternidade que nunca se perderá na eterna imensidão

Duram o tempo que tiverem de durar
Mas, ao fim, sempre me avisam, com uma placa a brilhar

"Nós sempre existiremos, basta você querer, basta você lembrar."

De volta ao poço

Não sei até onde posso avançar
Quantos passos posso realmente dar
Até cair
Até tombar
Colidir com o duro e frio chão
Acabar, novamente, com aquela eterna solidão

Aqueles que vieram me ver

Luzes na face
Branca imensidão de nada
Onde estará aqueles que vieram me ver?

Cabos os pés
Doce reboliço da carne
Onde estará aqueles que vieram me ver?

Batidas descompassadas
Desafinação, em leve, afinada
O som, a corda, enfim, o nada

Martelos a bater
Luzes a reverberar
Cordas a tremer
Harmônicos a ressoar

Minutos de anseio
Procurando a perfeição
Esperando um simples gesto
Para saber se, enfim,

Presto!
Adagio!
Allegro!

Corre!
Lento!
Rápido!

Letras!
Folhas!
Troca!

Bolhas!

Arpeggio.
Fim.

Onde estará aqueles que vieram me ver?

[Pausa]
[Palmas]
[Forte]
[Calma]

Onde estará aqueles que vieram me ver?

Triste

Envolto em memórias de um passado amargo
Escuro e assombroso, repleto de demônios
Criaturas aladas e fantasmas no encargo
Relembrando tudo aquilo que um dia eu matei

Sentimento de angústia, de tristeza
Sentimento de solidão, vivendo na pobreza

Sem vontades, sem ambições
Sem ter pelo o que lutar
Novamente
Perdido entre mundos que sismo em criar

Vagando entre cadeiras complexas
Estudando durante horas, sem sair do lugar
Triste por não conseguir
Triste pelos "não's"
Triste pela falta de pequenos atos
Triste por todo este fardo

Mas, ao mesmo tempo, alegre
Alegre por pequenos atos
Alegre com poucas palavras
Mas no rosto, sempre a mesma expressão
A cara de alguém, que está de volta a depressão

Para que continuar...

Razões para continuar a caminhar
Ideias para meu corpo sustentar
Vontades para me erguer
Momentos que desejo reaver

Não sei com o que me preocupar
O futuro me assusta
O passado me enoja

Não sei mais pelo o que viver
Não sinto, não vejo
Sem vontade de me mover
Sentindo como se fosse, enfim, morrer

Enganando o sandEu

Crio desculpas para enganar os outros
Livrar-me da culpa de meus erros
Livrar-me de broncas que não quero escutar
Livrar-me daqueles que não quero encontrar

Crio armadilhas para tropeçarem

E no fim a quem engano?
Engano aquele que sempre se deixou cair
Engano aquele que é ingênuo, aquele parvo sandeu
Eu

Dualidade do ver e crer


Pétalas albinas
Desprendidas da mais verde haste
Angustias reprimidas
Guardadas no mais fundo contraste

Dualidade por excelência
Batalhas intermináveis entre aquilo que acredito
Sentimentos em desistência
Guerras sanguinolentas entre aquilo que imagino

Pétalas ao chão
Pétalas ao vento
Pétalas à frente
Pétalas na corrente

Turbilhão de sentimentos
Torrente de emoções
Aguardando a calmaria
Aguardando a fantasia

Pétalas roxas
Inexistentes a meu ver
Momentos azulados
Constantes a meu crer

Guerras constantes
Sem motivos aparentes
Buscas por inutilezas
Frágil sutileza

Perdido
Caminhando entre a dualidade
Percorrendo caminhos entre o ver e o crer
Percorrendo caminhos que teimam em se manter

Chance


Certo dia, ao descer um lance de escadas, uma mulher de cabelos negros como noite e olhos profundos dirigiu a palavra ao ouvinte. Sua voz era aguda, afinada, e revelava uma pequena pontada de alegria. Os assuntos variavam ritmicamente e duravam somente o necessário, duravam o tempo certo entre cada degrau. Eles eram, alguns, desnecessários, amplos, sem um grande foco, ou um objetivo, mas palavras fluíam com naturalidade entre os dois e, muitas vezes, a mulher esboçava um largo sorriso em sua face, denunciando certa simpatia pelo ouvinte.
Os dois estavam quase chegando no fim daquela escada, quase, infinita, quando um assunto estranho ao ouvindo tomou rumo, um assunto direcionado aos amantes. O ouvinte era desconfiado e idealizador, sonhando com o ser perfeito, sonhando receber um amor que nem mesmo ele, o ouvinte, se achava merecedor. Foi aí que a mulher de cabelos negros como a noite imortalizou algumas palavras em seu coração: “Dê uma chance aos outros e dê uma chance a si mesmo”. 

O Passado