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Estraçalho


Espelhos entre os mundos descontínuos
Luzes de vontades adormecidas
Reflexos de desejos a muito escondidos
Acorrentando os sentimentos, pútridos, revividos

Vivendo uma vida singela
Simples, livre de todos os problemas
Sonhando em voar alto
Desejando alcançar tudo com um simples salto

Preso entre os espelhos
Reflexos infinitos de vontades não vividas
Pensando em como as coisas seriam
Sem ter vontade de agir
Sem ter vontade de fazer a vida fluir

Vivendo dentro dos poréns
Acorrentando os sentimentos compartilhados
Provindos daqueles com quem falo
Sentimentos não recíprocos
Culpando os outréns

Preso em um mundo de verdade
Escondendo os desejos
Devido ao medo de perder
Devido ao medo do que possa acontecer

Pobres vontades
Alimentando com os sonhos os desejos já caídos
Tentando revivê-los, tentando encorajá-los
Mesmo quando o Vital os quer longe
Mesmo quando o Vital os quer acorrentados

Torcendo por uma vida livre
Com nenhum vaso estraçalhado

Um pouco mais


Olho pelos vitrais e observo o fluxo se esvair
Reparo no movimento desalinhado das gotas d'água
No movimento desordenado de pessoas desorientadas
E no movimento simétrico dos pássaros em formação

Respiro fundo, busco mais ar do que suporto
Fecho os olhos, lágrimas.

Recordo-me das pessoas que me marcaram
Sinto, novamente, o porquê de ainda estarem presentes
Ódio, amor, culpa, louvor, mentiras... simples dor

Dor de ver tudo se esvair
De ver o passado me assombrar
E o futuro evaporar

Dor de ver o ser fugir
De ver o amigo chorar
E o amante se afogar

Olhos cor de chuva
Suporto pesos que não deveriam me pertencer
Mar de lágrimas
Rego sentimentos que há muito devia esquecer

Amante se afogar...
Querendo, nele, a culpa colocar...

Eu o matei
Eu os fuzilei

Afoguei-os em minhas lágrimas
Sufoquei-os com meus problemas
Perdi aqueles em quem confiava
Perdi aqueles a qual amava

Amigos, parentes
Queridos existentes

Restou-me o nada
Restou-me ninguém
Mas não sem antes a morte aparecer
Recolhendo tudo aquilo que teimou permanecer

Abro os olhos...
Vitrais...
Vidro colorido...
Dizem que é para embelezar...
Bobagem, são cores...
Só fazem a gente não surtar...

...Um pouco mais...

Vergonha


Fiquei preocupado, mas nada podia fazer
Estava com as mãos atadas, impossibilitado
Com vontade de chegar perto e abraçá-lo, entendê-lo.

Culpo a distância
Malditos metros que nos afastam
Culpo o tempo
Maldito segundo em que acabou com a proximidade

Sonho todas as noites
Sonho sonhos de amor
Sonhos de aventuras
Sonhos de dor

A dor
Algo que convivo diariamente desde aquele dia
Dor por não te ver
Dor por não poder conversar
Dor por tu teres ido
Dor por eu ter te perdido

Agora vejo que estás com problemas
Mesmo que sejam pequenos
Mesmo que sejam fáceis de resolver
Mas nada posso fazer
Não posso agir
Não posso chamar
Não posso entender
Não posso ouvir

Vergonha

Ilumen

Pergunto-me por onde anda minha ilusão
Aquela pequena pessoa
Que completa a imensidão

Morte de uma corça gorda

Uma pessoa só pode morrer quando:
Seu corpo não habitar o impuro
Suas palavras não ressoarem pelos ventos
Seus conselhos esquecidos
Suas fotografias queimadas
E os sentimentos destruídos

Como poderei viver com tal perda?
Seus pés ainda caminham pelo impuro
Suas palavras ainda ecoam pelos ventos
Seus conselhos ainda são entendidos
Suas fotos ainda brilham
E os sentimentos ainda cultivados

Mas não convivo com tal ser
Fomos separados por uma eventualidade
Coas pregador de peças
Isento de flexibilidade

Cada passo um afasto
Distância do passado
Tudo morto, soterrado
Malditas areias do tempo

Potes

Potes
Potes de várias formas
Potes de todos os tamanhos
Potes com muitas cores
Potes de muitos autores
Potes

A bela e a fera

Como poderia ela gostar de mim?
Como olharia para mim?
Tão anormal
Cheio de problemas
Distúrbios psicológicos

Sinto-me feio
Imprestável
Sou foco de ninguém
Quantos olhares atraí?
Quantas vontades despertei?

Envergonho-me do que sou
Mas sou assim e não há o que mudar
Então como poderá ela me notar?

Se fossemos um conto
A Bela e a Fera representaríamos
Ela a Bela
Eu a Fera
Um amor surgirá
Mas primeiro:
Onde Bela estará?

Capítulos repetitivos

Cansei de histórias com o mesmo final
Cheias de memórias irreais
Diálogos inventados
Cenas ensaiadas
Tudo para o nada

Construtor de uma cidade
Narrador de histórias
Escritor de uma peça
Construtor de diálogos
Vivendo um mundo que não existe
Até agora

Ates de dormir vou para um mundo inconcreto
Replete de meus pensamentos mais vorazes e famintos
Lá vivem minhas paixões, quem eu amo
Lá eu vivo minhas aventuras, com meus poderes, que eu amo

Desfruto de um mundo inteiramente meu
Onde acontece apenas o que eu quero
Mas de que adianta
Quando acordo vejo que nada existiu
Mas sei que quando voltar a dormir
Meu mundo será recriado
Viverei minhas aventuras
Encenarei meus diálogos
Escreverei minhas peças
Construirei minha cidade
Tudo, antes de acordar

Um ser programado para a auto destruição

Um ser complexado
Vivendo ilusões incontroláveis
Morando em um mundo de devaneios
Conclusões precipitadas

Este ser que toma forma
Reflexo de um espelho
Completo de emoção
Poucas gotas de razão

Morte emocional
Suprimindo a realidade
Habitando o mundo dos sonhos
Voando com certa liberdade

Em meio a um apagão
Demência cerebral
Ser programado
Rumo a auto-destruição

Hoje ganhei um presente

Um pequeno ato inconsciente
Uma torrente de esperança
Me pergunto se deveria cultivar
Apostar tudo, simplesmente acreditar?

Todos tem uma chance
Acredito, Projeto, Atraio, Recebo
Quatro situações
Uma lei
Às vezes um sofrimento
Às vezes, um nascimento

Um simples objeto
Fútil para outros olhos
Para mim, possuidor
Um enorme significado

Iludindo-me
Eis a questão
Uns dizem que sim
Outros dizem que não

Tenho minhas dúvidas
Segredos são escondidos
Algum dia se esclarecerão
Ou ficarão guardados
Até que a hora certa chegue
E o segredo se revele

O Passado