O doce som da chuva ricocheteava no resistente vidro da janela e inundava o quarto com a paz e tranquilidade que só ela era capaz de proporcionar. O som, a música, o ritmo descompassado das gotas, tomava conta de meu corpo e amenizava as dores que nele existiam. Dores causadas por eventos irracionais, decorridos de ações desgovernadas e vontades ocultas, impregnadas nos pensamentos mais profundos de meu ser. Pensamentos e ações que, um dia, eu prometera que não me dominariam.
Eu estava deitado, com o corpo rígido, como se há muito tempo não o movimentasse. Meu tórax parecia estar comprimido e pequenas pontadas de dor transitavam pelos arredores de minha nona costela do lado direito. Movimentei, lentamente, os dedos de minhas mãos, um a um, conferindo se estava tudo em ordem; em seguida, com certa expectativa, movimentei os dedos de meus pés, soltando uma lufada de ar, seguida de uma leve risada, causada pela alegria de ter conseguido.
- Estava conferindo se não possui nenhuma lesão na coluna?
Uma voz, feminina, suave e reconfortante, quebrou o ritmo descompassado da chuva e desviou minha atenção para o lugar de onde ela vinha. Eu estava de olhos fechados até então, abrindo-os lentamente e piscando várias vezes, devido a luminosidade excessiva dentro do quarto, mesmo que toda luz proviesse de fora do quarto.
Logo que meus olhos se acostumaram com a claridade, eu pude assimilar onde estava. O quarto era perfeitamente branco, tendo a cama, onde eu estava, no exato centro e uma grande janela, que preenchia toda a parede, no meu lado esquerdo. Em frente à cama havia uma pequena mesa de mármore, com uma cesta de frutas frescas em seu topo, e quatro cadeiras em sua volta, sendo que uma possuía um casaco em seu encosto. Ao lado direito, havia um sofá-cama, aconchegando uma mulher loira, por volta dos trinta anos, trajando uma roupa branca e com um crachá no lado esquerdo do peito escrito “Parvana”.
Ela se levantou do sofá e veio em minha direção com um sorriso estampado no rosto, colocando a prancheta na prateleira que ficava em meu lado direito e conferindo o soro acima de mim.
- Sim. – Respondi com uma voz meio gutural. Tossi. – Estava conferindo. – Sorri com o canto da boca.
- Isso demonstra um pouco de conhecimento. –Disse, olhando-me dos pés a cabeça. – Então, estás te sentindo bem? Com dor em algum lugar?
- Um leve desconforto no lado direito, mas nada de mais.
- Acha que precisa de mais uma dose de relaxante ou dá pra aguentar?
- Dá pra aguentar.
- Você foi muito corajoso. – Ela olhava em meus olhos como se enxergasse algo a mais. – E muito imprudente.
- Desculpa. Eu só fiz o que achava ser certo.
- Não te culpo por algo. – Ela olhou a prancheta. – Só acho incrível a sorte que você teve. Podia estar morto agora, enterrado, ou virado cinza.
- Desculpa? – Dei uma leve risada e, devido a ela, senti uma forte pontada de dor entre as costelas.
- Calma, relaxa. – Ela tocou de leve em minha perna. – Eu vou sair, preciso ir ver como estão os outros pacientes. – Ela sem virou e caminhou em direção à porta, parando logo em seguida. – Aproposito, você tem um belo namorado.
- Namorado? – Perguntei atônito.
- É, um rapaz moreno, olhos escuros, altura mediana, cabelo arrepiado e levemente marcado. Ele te visitou quase todos os dias. Será que o incidente afetou a memória?
- Não. Quer dizer, espero que não. É só que... – Fiz uma pausa. - Até eu acordar, eu não tinha namorado.
- Bem. – Ela olhou o relógio. – Ainda está cedo para ele chegar, são duas da tarde, ele geralmente chega depois das quatro. Quando chegar vocês conversam. Eu realmente preciso ir. – Ela sorriu de forma tímida. - Qualquer coisa é só apertar o botão. – Ela apontou rapidamente para algum lugar próximo a minha cama e seguiu seu caminho até a porta, abrindo-a e deixando-me sozinho naquele quarto branco.
O tempo começou a passar e a televisão já não me distraia mais, obrigando-me a buscar pensamentos na vista de minha janela. Uma paisagem um tanto bucólica, contendo árvores, prédios e o céu cinza, liberando sua raiva sobre o labirinto de concreto na qual eu morava.
Eu estava com meus braços e pernas doloridos pelo fato de estar a um bom tempo deitado, mas eu não podia me mexer, caso contrário, a dor em meu tórax se tornava insuportável. Restando-me nada para fazer, a não ser fechar meus olhos e tentar descansar mais um pouco, desligando-me daquele excesso de branco.
- “Preciso me lembrar do que aconteceu.” – Pensei.
Era uma quarta-feira, véspera de feriado. O dia fora um tédio total, pelo fato de eu ter passado grande parte do meu tempo fazendo os trabalhos da faculdade e dando aula, mas a noite seria boa, ou, como dizem alguns, um erro.
Eu e um grupo de amigos, antigos colegas de colégio, havíamos combinado de irmos a uma festa, uma casa noturna que ficava próxima de todos. A noite estava limpa, com o céu sem nuvens e com uma brisa aconchegante. Nós combinamos de chegar à casa noturna por volta das onze horas da noite, e assim fizemos; adentrando no local por volta das onze e meia e nos divertindo ao som de músicas eletrônicas e diversos outros estilo. Nós bebemos, rimos, caímos e levantamos, sempre com um sorriso no rosto, com a alegria de estarmos juntos correndo em nossos corpos.
E assim se deu a noite, uma festa grande, em um lugar pequeno e abafado, cheirando a cigarro. Mas não importava, afinal, o êxtase da alegria coletiva era superior a tudo.
Nós permanecemos lá até às cinco horas da manhã de quinta, nos locomovendo cansados e cambaleando até a saída da casa noturna. E foi aí, nesta hora, que as coisas começaram a dar errado.
Do lado de fora da casa noturna havia várias pessoas formando um círculo em volta de outro grupo menor. Eu me espremi entre a grande multidão de adolescentes curiosos, afastando-me de meus amigos e parando em um ponto que eu conseguia enxergar a cena de forma satisfatória.
Lá, no meio ao círculo, havia quatro pessoas. Duas delas, sendo uma menina e um menino, estavam gritando para as outras duas pararem de brigar, enquanto os outros dois, dois rapazes, duelando entre si no meio do formigueiro, socando-se e se chutando sem piedade, tentando acabar com o seu adversário.
As pessoas em volta estavam paradas, sem ajudar ou chamar alguém que pudesse ajudar, o que, de certa forma, me preocupava. Lembro-me vagamente do rosto de um dos combatentes, alto, cabelos pretos espetados, com a raiva estampada em seus olhos. E o outro era alguém que eu deveria me recordar, mas, acredito eu, devido ao álcool, eu não conseguia associar o nome a pessoa.
Eles estavam envolvidos de mais com a briga, sem se importar, ou sem enxergar, a grande plateia que havia se formado. Eles estavam em um êxtase de puro ódio um com o outro. E foi por causa deste ódio, e de certa idiotice minha, que eu fui parar no hospital.
Eles estavam próximos um do outro e, assim que encontrou uma brecha, o maior, de cabelos pretos, chutou o tórax do moreno e o arremessou para trás, fazendo-o perder o equilíbrio e cair no chão, levantando-se com certa dificuldade.
- Eu vou te ensinar a não mexer com a mulher dos outros. – Disse com a voz entredentes; assim que ele terminou a frase ele retirou uma pistola de dentro da sua calça e apontou para seu adversário, fazendo-o ficar imóvel, após recuperar o equilíbrio.
Aquele pequeno ato, de retirar um pedaço de metal mortífero do bolso, foi o suficiente para fazer com que todos que estavam em volta se atirassem no chão e permanecessem por lá. Todos menos eu.
No exato momento em que todos se abaixaram, e eu mirei os olhos do moreno, observando o pânico tomar conta de seu corpo, eu me recordei de onde o conhecia. Ele era estudante, provavelmente do segundo ano do ensino médio e pegava sempre o mesmo ônibus que eu. Antes de entrar na faculdade eu fiz um curso preparatório e, quase, todos os dias, quando eu saía do curso, eu o via subir no mesmo ônibus que eu, sempre sorrindo. Característica que eu adquiria quando o via. Além de uma forte vontade de rir.
Talvez eu me julgue idiota por, tecnicamente, me apaixonar por alguém que eu não conheço, por sentir atração por uma pessoa que eu nunca havia conversado, por sentir desejo por alguém que eu, talvez, nunca fosse saber o nome. Mas havia acontecido e eu não podia negar aquilo para meu eu.
O tempo passou e eu continuei vendo ele, até que, por alguma eventualidade do destino eu descobri seu nome enquanto perambulava por páginas aleatórias de assuntos prazerosos em uma rede social. Mas parecia que o destino não estava ao meu favor e me aprontou uma troca equivalente. Eu descobri o nome, mas nunca mais o vi.
Os meses passaram, o vestibular chegou, eu entrei na faculdade e, depois de seis meses eu o encontrei de novo. Rodeado de pessoas estranhas, com uma arma apontada em sua direção.
- Ca-ca-calma. – Disse Matheus, levantando a mão trêmula em direção ao que segurava a arma. – Abaixa isso, alguém pode se machucar.
- Nunca. Você vai aprender a não mexer com a mulher dos outros.
Os dois estavam parados, sem se movimentar, encarando os olhos um do outro. Um tomado de raiva e o outro de pânico. O tempo pareceu desacelerar e aqueles poucos segundos, em que apenas nós três estávamos de pé, pareceram eternos.
Uma pequena movimentação começou a se formar na saída da casa noturna e assim que os seguranças de aproximaram do indivíduo armado eu fui tomado por um pressentimento de morte, algo que nunca havia sentido antes. Meu corpo pareceu agir sozinho e quando dei por mim estava correndo em direção ao Matheus, pulando para protegê-lo de algo que eu nem sabia se viria. Mas eu estava certo.
Os seguranças agarraram o meliante e, talvez por um reflexo, ele apertara o gatilho, disparando a pistola e libertando a bala de seu casulo acobreado. O projétil cruzou a distância rapidamente, encontrando abrigo em minhas costelas, e se não fosse por mim, devido a altura de Matheus, provavelmente ele não estaria mais caminhando no reino dos vivos.
Meu corpo baleado checou-se contra o chão duro da rua e minha última lembrança é o rosto de Matheus, me olhando, ainda com pânico nos olhos e se ajoelhando ao meu encontro. Conferindo, rapidamente, se os seguranças já haviam dado conta do atirado.
~x~
“Blaam”. A porta bateu. Despertando-me de minhas lembranças.
- Ops. – Disse uma voz desconhecida.
Os passos, lentos e marcados, inundaram o quarto, fazendo-me prestar atenção nos outros ruídos que ali existiam. O cair das gotas de meu soro, o extremo agudo causado pela televisão no mudo, o som da chuva a se chocar contra vidro e a respiração da minha mais nova companhia, que era lenta e tranquila. Eu permaneci imóvel, como se estivesse dormindo, afinal, eu esperava uma visita e queria saber como ela agiria comigo ali.
- Me disseram que você poderia acordar entre ontem e hoje. – Uma mão fria segurou a minha. – Mas até agora nada. Já faz quatro dias, e eu ainda não consegui falar contigo. – Ele soltou minha mão e eu abri levemente os olhos, observando aonde ele iria.
Ele caminhou até a parte da frente da cama, retirou a mochila de suas costas e a colocou em cima da mesa, pegando uma das frutas que ali estavam e dando uma mordida. Ele voltou a ficar na frente da cama, de costas para mim, observando a imagem muda que era exibida na televisão. Eu abri por completo meus olhos e fiquei mirando suas costas, esperando que o silêncio fosse quebrado.
- Eu queria entender o que te levou a fazer o que tu fez, digo, a gente não era nada. Nós só tínhamos nos visto nos ônibus, mas, fora isso, nada. Eu não sabia seu nome, sabia nada. – Ele fez uma pausa. – E mesmo assim você me salvou. – Mordeu a fruta novamente.
“Hoje eu conversei com minha psicóloga e com alguns amigos, inclusive aqueles que estavam lá no dia, aquele casal que estava do meu lado. Eu – Fez uma pausa. – Eu realmente não sei o que está acontecendo, mas depois do que você me disse, eu tenho pensando a todo tempo sobre isso. É difícil, de certa forma, eu... – Ele virou em minha direção, vendo-me de olhos abertos. – Você está acordado?! E não falou nada! – Ele arregalou os olhos.”
- É que você estava num monólogo tão interessante. – Sorri.
- Ah. – Ele ficou corado.
- Quer continuar dizendo o que você falar?
- Ah, é que... – Ele olhou pra baixo, permanecendo assim por um tempo.
- Antes de você chegar – comecei a falar. – Eu estava recordando do acontecido, puxando na memória todos os detalhes daquele evento. Mas eu não recordo de nada depois de ter levado o tiro e caído em sua frente. E agora a pouco você comentou que eu te falei alguma coisa. O que foi que eu te disse?
- Bem, eu não lembro com exatidão o que você me falou, mas vou tentar te dizer. – Ele evitou olhar em meus olhos desde a outra pergunta.
“Logo depois que você levou o tiro, eu me agachei em seu lado e observei, por um curto espaço de tempo, os seguranças da casa noturna imobilizarem o cara que estava armado. Eu estava em pânico, tremendo, ofegante, primeiro por ter uma arma apontada pra mim e depois por ter visto um desconhecido levar um tiro que deveria ter sido meu.”
“Eu fiquei do seu lado e assim que olhei nos seus olhos eu lembrei que, teoricamente, já te conhecia. Você era o guri do ônibus, que eu via diariamente. Você e uma amiga, que, pelo fato de vocês dois sorrirem quando me viam eu achei que era afim de mim. Mas eu estava errado. Assim que me toquei de quem você era, milhares de perguntas surgiram em minha mente, dúvidas sobre mim e sobre você, que me salvara naquela noite.”
“Como já disse, eu estava com a mão trêmula, mas, mesmo assim, me senti obrigado a colocar minha mão sobre a sua testa e, assim que o fiz, sorri em sua direção, e, por sorte, você me devolveu o sorriso. Você respirava com dificuldade, buscando mais ar do que parecia precisar, e isso me preocupava.”
“As pessoas começaram a ligar para os policiais e chamando uma ambulância, gritando em seus telefones, dizendo que um rapaz havia sido baleado. Eu olhei para os lados, já mais calmo e você segurou minha mão, puxando de volta minha atenção e iniciando um diálogo comigo.”
“- Seis meses sem te ver e, quando te vejo, tenho que te salvar. – Você tossiu um pouco de sangue. – Eu não sei se vou ter uma chance de te dizer isso de novo, mas eu preciso dizer. – Fez uma pausa. – Eu gosto de ti. Gosto mais do que deveria gostar, afinal, eu não te conheço direito, eu só te via subir no mesmo ônibus que eu. Pode parecer estúpido, mas é como se, desde a primeira vez que eu te vi, me sentisse obrigado a te proteger, a te conhecer, a estar, de alguma forma, ligado contigo. – Fez novamente uma pausa. – Desculpa se estou te assustando, mas é só o que eu sinto.”
“Depois disso você desmaiou e, logo em seguida os paramédicos chegaram. Pondo você na ambulância e o trazendo para este hospital.” – Ele olhou o quarto.
“Eu depus contra o atirador, junto de alguns amigos seus. E até então eu ainda não tinha descoberto seu nome, sentindo-me obrigado a falar com menina que eu via sentada ao seu lado no ônibus. Muito querida ela. Ela me falou que você estava aqui, me disse o quarto e, o mais importante, seu nome. Tudo isso no dia mesmo dia em que o incidente aconteceu.”
“Eu vim aqui apenas no dia seguinte e fiquei feliz de saber que estava tudo certo contigo, que não havia perigo de morte e que você estava sedado, por causa da costela quebrada e do fígado perfurado. Além de alguns vasos rompidos no pulmão. Mas, teoricamente, tudo ficaria bem. Pelo menos para você.” – Ele sorriu.
“Eu me sentia culpado pelo acontecido. E doía, ainda dói, te ver assim. – Ele olhou para mim. – No primeiro dia eu fiquei sentado, te observando, vendo seus amigos e familiares entrarem e saírem deste quarto, perguntando para os médicos e enfermeiros se estava tudo bem. Eu estava em um mundo interno, buscando respostas para perguntas que eu não sabia ao certo se haviam respostas. E foi nesta hora que as palavras que você me disse surgiram em minha mente.”
“Eu refleti com meus amigos, com minha psicóloga e até contigo, mas nunca encontrava uma resposta digna. Eu estava, e continuo, confuso com meus sentimentos. Eu te olho deitado nesta cama – Olhou em meus olhos, com os seus repleto de lágrimas. – E sinto vontade de chorar, de poder voltar no tempo e ter falado contigo no ônibus, para evitar que isso tivesse acontecido. Eu me sinto ligado contigo. E sempre que estou longe, meus pensamentos estão aqui. – Ele respirou fundo e uma lágrima escorreu por suas bochechas.”
- Mas eu também estou errado. – Voltei a falar. - Por ter te desejado e não ter falado contigo. Quer dizer, ter falado apenas quando estava à beira da morte. O erro é mais meu do que seu, afinal, até seu nome eu já sei, Matheus. – Ele me encarou.
- Como você sabe?
- Eu encontrei seu perfil em uma rede social, muito por acaso, antes de nós ficarmos seis meses sem nos vermos.
- Que stalker. – Ele riu e secou suas lágrimas. – Mas eu ainda não entendi o porquê você me salvou daquela bala.
- Você já sabe sim, só não quer admitir. Eu não posso afirmar com toda certeza, mas, eu posso te afirmar que essa é das épocas que mais dói.
- Como assim?
A porta abriu.
- Está tudo bem? – Parvana adentrou no quarto, fazendo-nos olhar para ela. – Opa, olá Matheus, chegou mais cedo hoje.
- É, consegui me livrar de uns compromissos.
- E então, está precisando de alguma coisa? – Ela se virou para mim.
- Não, já tenho tudo o que eu quero. Uma costela quebrada, uma enfermeira especial e um novo amigo.
- Namorado. – Parvana disse em meio a uma tosse.
- Oi? – Matheus perguntou.
- Nada. – O silêncio se fez presente na sala. – Quer dizer, vocês só não sabem ainda. – Ela sorriu e eu a encarei com um sorriso no rosto.
- E o que nós temos de fazer? – Ri.
- Já se apresentaram?
Eu olhei para Matheus, que estava meio cabisbaixo, mas com um sorriso visível para mim. Eu estiquei meu braço, com certa dificuldade, em sua direção e ele olhou para mim, vindo até meu encontro e apertando minha mão com certa delicadeza.
- Prazer, Matheus. – Ele sorriu.
- Prazer, Lucas.