Rebelião

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Eu estava sobre uma tenta em frente a uma casa dentro de uma fazenda. A tenda era branca e havia muitas pessoas ali, além dos meus familiares. De repente, eu que estava sentado vendo as pessoas comerem carne, comecei a escutar um monte de crianças gritando. Levantei-me e fui até a lateral da casa ver o que era. Várias crianças saíram de lá chorando e correndo, menos um adolescente que estava lá olhando com cara de espanto assim como eu.
- O que aconteceu para estar todo mundo chorando? – perguntei a ele.
- A bóia amarela morreu, quer dizer, furou. – ele me respondeu apontando para a janela a nossa frente.
Fomos até a janela olhar a tal bóia que se encontrava dentro da casa. Quando a vi me lembrei de outro sonho [Estávamos em uma lagoa e a mesma bóia estava lá. Quando alguém a usava, ela deixava a pessoa irresistível, fazia com que ela chamasse a atenção de todo mundo, mas no final ela foi perdida].
- Tu já usou ela né? – perguntei para ele enquanto olhava a bóia
-Sim, eu fui o dono da bóia durante dois dias, até me roubarem ela. Sei que não te conheço, mas pode me ajudar a pegar ela para consertarmos?
-Claro.
Olhamos em volta e vimos que as crianças estavam chorando abraçadas em seus pais. Fomos até a porta da frente e entramos. Lá estava a bóia amarela murcha no chão, chegamos mais perto e meu amigo a pegou e começou a encher, então percebemos que ela não estava furada. Virei para o lado e vi que havia um cilindro vermelho com uma etiqueta escrito: “para a bóia”. Peguei o cabo, coloquei-a na bóia e apertei o botão. Ela murchou e foi preenchida por um liquido transparente e denso. Nessa hora uma menina de no máximo sete anos nos viu pela janela e gritou algo como: “estão violando o corpo da bóia!”. Nós dois nos encaramos e colocamos a bóia dentro de uma mochila [ã?], corremos para a porta e quando a abrimos, todas as crianças estavam ali. Corremos para o segundo andar rumo à sacada, para que pudéssemos pular em cima da tenda e escapar.
Porém quando chegamos ao chão, as crianças já estavam lá. Corremos para a mata que se encontrava lá e fomos sempre em linha reta. Até ver onde a floresta acabava. Era um sitio e mais uma vez me lembrei de outro sonho [O chão era de terra e o céu estava nublado, a esquerda encontrava-se uma cabana de madeira velha e uma plantação de milho. A direita um criadouro ovinos e bovinos e mais a frente, havia outra área de plantação, porém o mato já havia tomado conta. Nesse outro sonho, eu entrei nessa área junto de alguns amigos e ali despertamos a alma de um demônio que comia aqueles que o despertavam. Então fomos para uma cidade, mas nem assim ele parou de nos perseguir.], parei assustado e meu amigo me puxou, dizendo que sabia de um atalho.
-Há muito tempo, um grupo de adolescentes veio até essa fazenda e sem querer despertaram uma criatura sombria no meio daquela plantação e fugiram para uma cidade. Desde então ela se tornou um portal para essa cidade. – ele falou ofegante, pois estava correndo.
Fiquei pasmo olhando nos olhos deles e parei. Ele ficou me olhando por um tempo também, até ouvirmos as crianças berrando.
-Confia, vamos para o portal.
Sem ter o que fazer, fui com ele para o meio da plantação em que um dia eu despertei uma criatura sombria. Ao entrar na plantação, senti todo meu corpo queimando e quando vi, estava na rua de minha casa. Puxei-o e fomos para meu prédio, mas antes de chegarmos, vimos que as crianças também sabiam do portal e começaram a correr em nossa direção. Eu abri o portão do prédio para que pudéssemos entrar, mas não daria tempo de fechar, pois as crianças estavam muito perto. Não podíamos esperar o elevador, então fomos de escada.
Elas estavam perto de mais e não conseguiríamos chegar ao terceiro andor, então fomos para o segundo, onde uma amiga morava. Tocamos a campainha e esperamos uns dois minutos até a mãe dela abrir a porta. Fiz sinal de silêncio e ela disse para a gente entrar. Quando entramos, vi que estavam jantando e pedi desculpas.
- Mas o que está acontecendo? – perguntou minha amiga com cara de espanto ao ver nosso cansaço.
- Uma rebelião por causa de uma bóia. – Falei ofegante.
- Acha que as crianças vão nos encontrar aqui?- perguntou ele com um tom assustado enquanto segurava a mochila coma bóia.
- Mas então, querem jantar?

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