Um pouco mais

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Olho pelos vitrais e observo o fluxo se esvair
Reparo no movimento desalinhado das gotas d'água
No movimento desordenado de pessoas desorientadas
E no movimento simétrico dos pássaros em formação

Respiro fundo, busco mais ar do que suporto
Fecho os olhos, lágrimas.

Recordo-me das pessoas que me marcaram
Sinto, novamente, o porquê de ainda estarem presentes
Ódio, amor, culpa, louvor, mentiras... simples dor

Dor de ver tudo se esvair
De ver o passado me assombrar
E o futuro evaporar

Dor de ver o ser fugir
De ver o amigo chorar
E o amante se afogar

Olhos cor de chuva
Suporto pesos que não deveriam me pertencer
Mar de lágrimas
Rego sentimentos que há muito devia esquecer

Amante se afogar...
Querendo, nele, a culpa colocar...

Eu o matei
Eu os fuzilei

Afoguei-os em minhas lágrimas
Sufoquei-os com meus problemas
Perdi aqueles em quem confiava
Perdi aqueles a qual amava

Amigos, parentes
Queridos existentes

Restou-me o nada
Restou-me ninguém
Mas não sem antes a morte aparecer
Recolhendo tudo aquilo que teimou permanecer

Abro os olhos...
Vitrais...
Vidro colorido...
Dizem que é para embelezar...
Bobagem, são cores...
Só fazem a gente não surtar...

...Um pouco mais...

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