Escuro

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E então ele estendeu sua mão, buscando tocar a luz esbranquiçada entre as nuvens de algodão. O barulho insuportável dos carros na avenida atormentava os ouvidos sensíveis daquele adolescente; uma leva brisa passava por seu corpo, balançando seus cabelos, sua camisa, e fazendo os pelos de sua nuca eriçarem, arrepiando todo o corpo no processo.
Nada mais restava a fazer. A luzes, apagadas por eventos fora do controle pessoal, morriam aos poucos em frente a seus olhos. Chamas de pessoas com medo, chamas de enamorados, chamas de curiosos, chamas de luz.
Seu corpo, cansado devido ao calor, buscava uma forma de se esfriar, bebericando da pouca água gelada que restava em seu copo, esfregando sua testa com o pano de prato em seu ombro, sentindo o a brisa entrar por suas roupas e o abraçar. Arrepio.
O mundo parecia amigável naquela situação. Pessoas que não possuíam costume de ser falar, saíam pelas ruas em busca de outros curiosos, averiguando as possíveis teorias para o fim da amada luz. Carros andavam devagar, sem a típica velocidade diária, sem a típica pressa com a vida. Não existia mais congestionamento, o que era estranho aos olhos do sistema vigente, já que, com três luzes, tudo se controlava.
Ele olhava para a luz da lua com os olhos brilhando. Não queria estar onde está, não queria fazer o que estava fazendo. Ainda mais no escuro.

O que fazer em uma situação como esta? Não possuindo velas, sem ter eletrônicos carregados, sem ter como escrever, sem ter como compor e possuindo medo do escuro.

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