Preso pela Verdade

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  Vinte horas, um grupo, composto por oito pessoas, se aproxima de uma agencia bancaria e quebra, com um martelo, os vidros laterais, adentrando no local e furtando uma grande quantidade de dinheiro. Os alarmes e câmeras de segurança da agência não estavam ligados, apesar de ainda haver luz nas proximidades. Fator que dificultou a ação da polícia, que recebera ligações anônimas informando sobre o assalto.
  Os dias passaram e as investigações prosseguiram. Eles recolheram depoimentos e retratos falados, divulgando-os em redes de televisão, internet e jornais. Duas semanas se passaram, até que, em uma nova tentativa de assalto, o grupo fora pego, entretanto, com um número reduzindo de integrantes, apenas cinco.
  “Silêncio!” gritou o juiz enquanto batia com seu martelo na mesa a sua frente. “Se nos contares onde estão os outros três componentes, diminuiremos sua pena” disse o juiz olhando para um dos acusados, que se levantou e falou rapidamente “Eu nunca trairei meus companheiros”. “Isso já não importa mais” disse o líder da quadrilha “Eles estão mortos, eu mesmo os matei após concluírem seu trabalho” continuou. “Qual parte do trabalho?” questionou o juiz.
  “Você deve ser um homem muito culto” iniciou o líder da quadrilha “Já deve ter frequentado teatros e apresentações protagonizadas por orquestras, notando que, em uma orquestra, cada indivíduo possui uma função diferente e que, quando unidos, conseguem atingir a perfeição musical.” O juiz olhou-o mais sério. “Conosco não é diferente” continuou “Somos parte de uma peça maior que, quando executada por completa, atingimos os objetivos, ou, a mais bela sinfonia.”
  “Por que os matou?” perguntou o juiz com uma maior impaciência. “Dinheiro” respondeu o líder “Não é esta a meta das pessoas? Conseguir dinheiro?” fez uma pausa e ajeitou o cabelo “Veja bem, quando o dono de um posto de gasolina baixa seus preços para atrair mais clientes e isto faz com que os outros postos ao redor sofram um prejuízo, e a conversa não adianta, só para constar, mata-se o sujeito como aviso para os herdeiros e tudo se resolve. Não é diferente conosco. Eu os matei para sobrar mais dinheiro para mim” fez uma curta pausa “Imagine o bem que faria para a população se nós matássemos todos os corruptos e os que merecem morrer?” “Você seria morto” completou o juiz. “Sim!” gritou o líder “E morto por um de meus capangas” continuou. “Onde você quer chegar?”
  “Como já lhe disse, me inspiro nos grandes. Roubo da plebe para satisfação pessoal. Ou, no seu caso, julgo erroneamente os culpados que possuem dinheiro para satisfação pessoal.” O juiz se levantou irritado e olhou em seus olhos. “Que assim seja, condenado por roubo, homicídio e desacato a autoridade.”

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